quarta-feira, 14 de novembro de 2012

berlim, lisboa, luanda

Dia de greve que é segundo dia de ressaca depois da visita da chancelaria alemã, com a mala cheia de empresários e reforço positivo no caminho escolhido pelo governo, recebida em apupos pela plebe portuguesa, tão fartinha de Europa e essas coisas. Farto também eu de ouvir falar em crise e do adiamento de soluções conjuntas e solidárias na União, projecto que aparenta uma dissolução eminente.

Nesta atmosfera de ambivalência europeia, fico susceptível a soluções antes profetizadas (de Pessoa a Spínola ou Sá Carneiro) que passariam pela ruptura com Bruxelas, Frankfurt e o espaço Schengen, e abertura deste rectângulo ao atlântico, formalizando a realidade socioeconómica e política do mundo lusófono. Um acordo bem mais que ortográfico, quiçás, com a sua moeda e o seu "Espaço Agostinho da Silva", de livre circulação de bens e pessoas falantes da língua de Camões. 250 milhões de lusófonos que se entenderiam melhor porque partilham os mesmos defeitos e virtudes de uma matriz cultural comum, sem as comichões de carácter entre europeus do norte e do sul. Coisa de Quinto Império, mas depois de ler o editorial do Jornal de Angola, em resposta às intromissões da justiça portuguesa nos jogos de influência do poder angolano: é pá, que se lixe, ich bin ein berliner.

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