segunda-feira, 8 de abril de 2013

Política fora da lei

Um Orçamento de Estado deve ser redigido em conformidade com as leis da República, em particular, com a nossa Constituição, a lei fundamental. Tudo o que saia desta sentença é "política fora da lei", ilegal, e um agente que enferma o Estado de Direito. Como expoente máximo da irracionalidade política e da falta de sentido de Estado, temos o discurso do nosso Primeiro-Ministro após a ida a Belém e obrigar o Residente da República, Cavaco Silva, a sustentá-lo no trono de São Bento.O discurso de Passos Coelho a criticar a decisão do Tribunal Constitucional (que julgou inconstitucional um conjunto de normas presentes no Orçamento do Estado) mostrou um claro desrespeito pelas instituições (um Tribunal não faz política), uma passagem de responsabilidades incompreensível (só cabe ao Governo as consequências) e um revanchismo maquiavélico que demonstra a alienação da realidade (a ameaça com mais austeridade é intolerável e criminoso). Assusta-me, verdadeiramente, estes seres que brincam com as instituições, com o Estado de Direito e ainda tentam passar a ideia evangélica de que eles conhecem a Verdade e nós, os outros, temos que a aceitar -mesmo com o falhanço claro nestes dois anos de experimentação sócio-económica. Cuidado. Muito cuidado. A ler: o talentoso senhor Passos.

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