sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O último presidente americano


50 anos depois do alegado tiro de Oswald que vitimou John F. Kennedy, resta o legado de um grande homem e de uma dinastia que faz parte integrante da cultura americana e do imaginário da sua democracia. Nome incontornável no ocidente e no modo de vida televisionável que no pós-guerra se tornou referência fora da muralha de aço. É sobretudo o último grande presidente na América, pelo menos o mais legitimamente entranhável. Depois de Dallas, seguiu-se uma procissão de nomes, todos eles manchados de uma certa desconfiança dos eleitores para a política e para os políticos, serventes de uma agenda condicionada, que mais que das pessoas e para as pessoas, veio cumprir sobretudo uma elite de bastidor, que pouco a pouco, foi desmontando esse mesmo modo de vida de classe média, sossegado, pacato e familiar, onde havia tempo para tudo e para todos. 2 anos antes da sua morte, JFK fez um discurso notável sobre a importância de manter o povo inteiramente informado sobre as actividades do seu governo, mesmo face ao dilema entre a transparência e o resguardo que a segurança nacional possa exigir. Numa democracia e numa sociedade aberta, e porque de democracia se fala, o poder é das pessoas, elas são governo e o seu  escrutinador, e tudo a elas lhes diz respeito. O segredo pode ser a alma do negócio mas é a maior contradição em democracia.

Sem comentários: