domingo, 22 de junho de 2014

a autofagia

As recentes histórias vindas do interior do Partido Socialista não auguram nada de bom para qualquer um dos candidatos a uma disputa que ainda está por confirmar-se. O episódio em Braga é a demonstração do tipo de gente e espírito que se "afeudou" dentro do partido, um punhado de caciques, apparatchicks e fieis escudeiros,  vazios de ideias e de ideologia, que já nem disfarçam o quanto espernejam por um lugar no poder. Exemplo maior, o enérgico esforço do antigo presidente de câmara de Cabeceiras, antes tão amigo de Seguro, agora arredado no seu sectarismo para um plano a que não estava habituado, que depois de dividir a secção local com as mesmas "manobras", trata de escachar em duas a federação de Braga. Entre a blindagem estatutária e o golpe de estado, está desde já minado o candidato a primeiro-ministro do PS que sair deste exercício de autofagia. Até porque não estou a ver, num calendário tão apertado, o entusiasmo dos apoiantes de um qualquer derrotado a erguer as bandeiras de um qualquer vencedor. Muito menos depois da tarde de hoje ali para os lados do Porto, onde Costa provou da atiçada populaça socialista, mesmo sob proteção dos guarda-costas  Pizarro, o cesariano dos Açores e, claro está, o sempre-em-bicos-de-pé de Cabeceiras. Quem se ri desta autólise socialista, são os do Governo cuja novela do "irrevogável", em comparação, foi uma daquelas zanguinhas de casal que acabam melhor na cama. Agora, a  única emenda possível para este PS é uma terceira via, um terceiro candidato. O pior é que as únicas hipóteses ou estão podres ou demasiado verdes.

3 comentários:

Anónimo disse...

Claro, como de costume o gajo escachou tudo que é para depois fazer parte dos arranjos e meter lá novos adm. para que o China não tenha hipóses nas próximas. Ele é bast esperto lá isso é.

Anónimo disse...

Excelente post Vítor Pimenta!

O partido socialista não convence, não constroi uma alternativa, vive preso aos erros do passado limita-se a esvaziar propostas sem uma lógica subjacente, não procura alianças à esquerda por que como sempre, está habituado a governar só, e em maioria.

Está inclusive a perder a confiança dos seus eleitores mais habituais. E à sua metáfora da "autofagia", poderíamos acrescentar a da polifagia.


Atenciosamente

Anónimo das 15:01h

Anónimo disse...

Ele lá anda, nas quintas dele, a bajular o de Lisboa. Grande acompanhante!