O Jornal O Basto noticia que a Câmara Municipal de Celorico de Basto vai tentar negociar com o Governo, em troca da perda das "urgências" do seu Centro de Saúde, a construção de um nó na auto-estrada A7 na zona da Lameira. Seguindo a lógica portuguesa das contrapartidas.
Não pondo em causa a legitimidade da exigência, cabe-me duvidar do dispêndio da coisa. É obra para servir uma míngua de gente, largada no meio de uma paisagem agreste e com pouco casario por perto. Provavelmente só justificada se se fizer uma (e mais uma) variante, que lhe escoe a saída e a entrada, desde o Rego, cá em cima, até à vila de Celorico, lá em baixo. Bem, uma coisa é certa: com a saída na Lameira ficam compensados os comerciantes do sexo, que tanto ficaram a perder com o trânsito desviado da EN206...
Só espero é que tal negociata não ponha em causa, e adie por mais uns anos, a conclusão da Via do Tâmega até Arco de Baúlhe (Cabeceiras de Basto), cuja intenção já tem barbas. E brancas!
Não pondo em causa a legitimidade da exigência, cabe-me duvidar do dispêndio da coisa. É obra para servir uma míngua de gente, largada no meio de uma paisagem agreste e com pouco casario por perto. Provavelmente só justificada se se fizer uma (e mais uma) variante, que lhe escoe a saída e a entrada, desde o Rego, cá em cima, até à vila de Celorico, lá em baixo. Bem, uma coisa é certa: com a saída na Lameira ficam compensados os comerciantes do sexo, que tanto ficaram a perder com o trânsito desviado da EN206...
Só espero é que tal negociata não ponha em causa, e adie por mais uns anos, a conclusão da Via do Tâmega até Arco de Baúlhe (Cabeceiras de Basto), cuja intenção já tem barbas. E brancas!
6 comentários:
Muita da responsabilidade pela não conclusão do Via do Tamega recai sobre os autarcas locais que nunca se entenderam nem nessa nem em muitas outras questões... Falta cooperação e diálogo entre as autarquias de Basto.
Ora nem mais Paulo. O poder autárquico em Portugal é um antro.
Quanto ao "Nó da Lameira" penso que nao fazia sentido se a Via do Tamega estivesse concluída. De facto como dizes deve ter sido o lobby das comerciantes do sexo a fazer pressão.
Como somos um país rico e próspero podemos gastar o dinheiro dos nossos impostos a construir novos nós, novas vias e novas rotundas...
Artigo 64.º
(Saúde)
...
3. Para assegurar o direito à protecção da saúde, incumbe prioritariamente ao Estado:
a) Garantir o acesso de todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, aos cuidados da medicina preventiva, curativa e de reabilitação
O acesso de que fala o n.º 3 pelos vistos é um acesso rodoviário...
Penso que o concelho de Celorico se queixa e com alguma razão, de ser o único concelho atravessado pela A 7 que não tem acesso directo a ela. É, no mínimo, uma atitude para a qual devemos revelar abertura e tentarmos entender o ponto de vista daquele município. Penso que o Paulo Vieira toca no cerne da questão, ao levantar a questão da não execução da Via do Tâmega, que ligaria, caso estivesse construída a sede da vila de Celorico às portagens da A 7 no Arco em 6 minutos, aproximadamente. Mas como n está feita, nem se prevê que venha a estar tão cedo, até se compreende a reivindicação do nó de acesso na Lameira, prometido pelo Estado ao concelho, através de Durão Barroso, então Primeiro-Ministro. Mais uma vez, o estado não cumpriu e o mais grave é que a sensação que transmite é querer fechar, ao arrepio do que diz a constituição, direitos básicos da população no acesso à saúde por exemplo. De encerramento em encerramento, de promessa em promessa não cumprida, lá vamos nós pouco a pouco, a caminho do fecho do interior do país.
Bem, o concelho de Mondim de Basto também é atravessado, e nem por isso de raspão, e sem um acesso à auto-estrada. Mas mesmo assim o problema podia ser muito bem solucionado se se pensasse e executasse uma via rápida desde as pontes sobre o Tâmega(em Atei) até à vila de Mondim, diminuindo em muito o tempo de viagem actual até ao Nó de Basto. Mas o autarca mondinense também nunca teve grande interesse. É mondincentrista... Talvez queira a sua vilazinha (arranjadinha diga-se) protegida dos males da modernidade...
O mais caricato é que estas obras podiam ter um impacto muito maior na região se fossem pensadas a 4. Mas não. A região também só existe no nome, há muito que está esquartejada por mais de quantas regiões burocráticas.
Concordo plenamente contigo. Não há uma consciência regional de Basto, como um espaço com identidade própria, histórica, cultural e paisagística e os nossos autarcas olham demais para o seu próprio umbigo. Mas este é um problema nacional, que deriva da falta de um poder regional forte politicamente e reivindicativo. Temos hoje um Poder central cada vez mais centralista ( passe o pleonasmo), que se acentuou com o Eng. José Sócrates ( veja-se a reforma na saúde, na Administração Interna e na Justiça), não temos poder regional e, finalmente, temos um poder local composto por 308 capelinhas ( leia-se municípios), cada um a reivindicar para si, sem ter a perspectiva de desenvolvimento conjunto. Neste emaranhado local, ganha terreno o caciquismo e o poder de influência junto do poder central. Olhe-se para Basto e facilmente chegaremos a essa conclusão.
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