segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A Forca da Mudança



Numa Câmara Municipal trabalham dezenas de trabalhadores em regime de contrato de trabalho a prazo, tarefeiros, por meia dúzia de horas que lhes paguem à linha d'água algumas das despesas da vidinha corrente, se não devagar, parados em redor de papelada,e distribuídos por cada vez mais gabinetes e ainda mais papelada e burrocracia.

Em vez de se facilitar a livre iniciativa e a criação de emprego (qualificado e gratificante) com a descomplexação do sistema de licenciamento, apostando mais na dinâmica de uma assembleia municipal como logradouro da discussão de assuntos e projectos da comunidade, o poder autárquico centra-se antes em si próprio, assentando sobretudo no exercício autocrático e autista de um executivo camarário. E este só se vê preocupado em fazer das suas iniciativas, obras de regime e protocolos ( sabem-se lá os motivos) mais um filão para o sorvedouro de dinheiro distribuído em cunhas e desenrascadelas no cada vez mais atulhado organigrama camarário e instituições privadas comprometidas. Mas no mercado de votos que a Democracia se tornou, é só mais uma estratégia para a capitalização do eleitorado, sabe-se lá à custa de que futuro.

Irónico e triste como a precariedade se tornou panaceia para fazer curtas as rédias de um socialismo cada vez menos democrático e mais próximo daquilo que o socialismo nunca devia ser, populista e, com isso, redutor do potencial de cada um à escala do mínimo garantido.

1 comentário:

Dario Silva disse...

Deixa lá, Vitor!
Não há mal que nunca acabe, um dia morremos todos e fica cá tudo.

(tudo estragado, mas "prontos", não vai nada atrás de nós.... nem votos nem ex-votos)