terça-feira, 14 de abril de 2009

Marcas de Baúlhe: A Fachada do Talho Novo

talho novo final

Começo assim o primeiro de uma série de posts sobre o património despercebido de Arco de Baúlhe que eu gosto, cujo aproveitamento e requalificação dariam muito valor acrescentado para o potencial turístico da vila e para auto-estima dos arcoenses.

A fachada do antigo Talho Novo (agora: Talho do Arco) é um belo exemplo disso, pelo apontamento arquitectónico rude e cru, de vermelho sangue, com 3 ganchos, onde antes se penduravam carcaças cabeças de porco e de vitela, a ladear as duas portas (actualmente alteradas) que terminam em duas bandeiras arcadas de ferro com as iniciais "C.M" - não posso precisar, mas suspeito que correspondam a "Câmara Municipal", talvez por antes ter funcionado ali um Matadouro ser ainda propriedade do município . O tolde colocado, para que o sol não invada de violento o interior do espaço comercial, tapa ainda parcialmente o engraçado letreiro/anúncio que inclui a ilustração mórbida de uma sorridente cabeça de vaca...


*texto rasurado pela devida correcção dada por um comentador com mais conhecimento de causa.

5 comentários:

José Manuel (marchante) disse...

Parece-me que o talho só tem 3 ganchos e que eram de pendurar cabeças de porco e vitela e não carcaças, as iniciais [cm] correspondem a câmara municipal, pois salvo erro, ainda é propriedade da câmara e não, nunca funcionou lá nenhum matadouro, mas sim perto, no lugar da serra junto dos armazéns de ferragens da firma Francisco Oliveira & filho, que ainda num passado recente pertencia à câmara. Se vai continuar com a sua série, é melhor informar-se melhor.

Vítor Pimenta disse...

Tem toda a razão. Já fiquei informado que chegue. Obrigado pelo contributo. Mas diga lá se não coisa para se preservar?

José M.(marchante) disse...

Há coisas bem mais interessantes e do interesse publico para preservar.

Vítor Pimenta disse...

Não digo que não. Essas são óbvias, estas nem por isso :)

Carlos Leite disse...

Acho importante e pertinente o exercício a que o Vitor se propôs, quando foi aprovado um novo plano para a reabilitação urbana. Acho que se devia travar um pensamento que o desenvolvimento depende do crescimento, e não na qualidade desse. Acho triste que haja planos de urbanização que promovem o crescimento quando não existe o que promova a requalificação destes centros.

Este edifício isolado não me parece oferecer interesse que designe qualquer prioridade de intervenção, no entanto, e porque faz parte de um conjunto arquitectónico de interesse como é o da rua do Arco, merece pelo menos a defesa para que mais atentados não sejam perpetuados contra o mesmo.

Tenho muita pena que o que está mal neste edifício seja maioritariamente por obra de acção publica, levando-nos a acreditar que os piores exemplos vêm de cima.

Não valeria o esforço, um desenho mais cuidado das caixas que albergam os contadores da água, neste tipo de património com interesse determinado?
E os caixotes do lixo não mereceriam outro lugar e um desenho também mais atento? E as ligações das baixadas da Edp?
É importante adaptar este tipo de património às necessidades de hoje mas também me parece importante não apagar as de ontem?

Acho que não é passada uma sensibilidade para as pessoas para este tipo de edificado que faz parte da nossa identidade, e ocupa um lugar de relevo na nossa imagética. Penso que esta rua mais de qualquer intervenção isolada merecia mais atenção.

Acharia importante para o futuro, um diálogo mais próximo que determinasse uma linha orientadora do tipo de intervenção a fazer neste património.
Proíbam os toldes de sombreamento. Entre outro acrescentos que põe em causa o valor arquitectónico dos edifícios.

Parabéns Vítor por tentares alertar e fazer este exercício de sensibilização. Tudo o que estimamos tem valor.