Em pleno Lugar da Quinta, o anúncio da Mercearia do Sr. Gualdino aparece ladeando a estrada como pintura rupestre, a desvanecer com o tempo. O negócio está há muito fechado, já mesmo antes da morte do proprietário, que o moveu ainda para uns fundos mais discretos algures ali ao lado. De qualquer modo, a fachada ilustrada é o registo de um passado não muito distante, quando as miudezas se vendiam a par de canecas de vinho tirado directo a borbulhar da pipa, cujo o odor se misturava com o cheiro de grão e da poeira. Mesmo que conte apenas 26 anos, ainda me lembro de ver o sr. Valente encostado na soleira da porta, olhando quem passava, ora mulheres com fardos em pedestal ora os carros que desciam a apitar casamentos e vitórias do Desportivo.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Marcas de Baúlhe: A Mercearia Gualdino Freitas
por
Vítor Pimenta
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