terça-feira, 15 de outubro de 2013

O desajustamento


A ministra lá apresentou genericamente o Orçamento de Estado 2014, ladeada de secretários de estado que não fizeram melhor que um punhado de seguranças. O documento, de resto, revela um Governo que mantém a sua cruzada contra a da Função Pública. O Estado que devia ser o exemplo maior como empregador e comportar-se como "pessoa de bem" face aos seus trabalhadores, promove a falácia de equiparação ao sector privado, aplicando mais impostos sobre os salários dos seus e vilipendiando o esforço de uma vida de muitos pensionistas. A medida, por si só, resulta em menos sangue a circular na economia, num maior definhamento do próprio emprego privado e, consequentemente, numa espiral minguante dos rendimentos dos trabalhadores. Esta é uma das tragédias do presente: a deturpação do valor do trabalho face ao discurso da economia da especulação.

Algo vai mal num País e numa democracia social, quando o Estado dispensa a obrigação de estar na dianteira da garantia do cumprimento dos direitos e dos obrigações dos seus funcionários, não assegurando a valorização e dignificação do trabalho. Não admira depois que os que trabalhem invejem os que estão parados. Assim, não há ajustamento possível.

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